Soneto do bom velhinho

O algodão que lhe encobre esconde um poço de sabedoria
A guerra, agora, é contra cabeças armadas do vazio
Patente forte essa a de capitão das letras, estio!
Mas, até mesmo seu mais temível inimigo, sem medo, o receberia

 

Os traçantes, agora, devem ser azuis e pretos sobre o alvo terreno
Chega do sangue da batalha derramado em meio às margens
Chega de devaneios embrochurados, em espirais, de viagens
E que nenhum combatente peleje sem seu capacete no sol ou no sereno

Alguns vocábulos rasantes acabam se deteriorando nas pedras
Poucos homens chegam ao topo da léxica montanha
Concordantemente ou não, há sempre mais pra se buscar

Para alguns de nós o tempo foi curto – nas ruas, escolas ou celas
Não conseguiram – por medo, preguiça, dinheiro, manha
Mas, o bom velhinho continua conosco a nos ensinar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*